Sei
que meu texto será polêmico, mas hoje estou com vontade de escrever.
Ao
longo de minha vida, sempre fui extremamente independente, sempre busquei isso.
E quando digo independente, falo de independência de pensamentos e atitudes,
não só financeira.
E
isso para mim foi tão natural, já que meus pais sempre me proporcionaram isso,
mesmo sendo extremamente conservadores, sempre me deixaram livre para escolher
minha carreira, meus rumos, minhas opções.
Claro
que a estrutura familiar sempre foi meu pilar, e isso meus pais fizeram com
maestria, mas este não é o X da questão.
A
questão é a seguinte. Hoje vejo várias mulheres se intitulando como feministas.
Na minha época, feminista era lutar pela igualdade entre homens e mulheres, ter
as mesmas chances de trabalho, ter a mesma voz ao pleitear alguma coisa, ser
reconhecida profissionalmente da mesma forma, ter os mesmos salários pelo mesmo
trabalho, escolher onde trabalhar independente do sexo. E por outro lado,
mostrar aos homens que o lugar da mulher é onde ela quiser, e que ele também
tem que fazer tarefas intituladas “do lar”.
Hoje,
posso falar que não sou feminista. E sabe por quê?
Porque
os valores se inverteram, e o real sentido da palavra feminista está
completamente distorcido.
Hoje
mulheres não se preocupam mais com o que citei acima, mas estão preocupadas em
levantar uma bandeira modista, querem ser aceitas por outras, e sentem a
necessidade de defender algo só para se posicionar diante da sociedade. Ser
feminista deixou de ser uma luta para ser um idealismo cego onde opiniões são
impostas, e comportamentos, e posturas. Que liberdade é essa que estão
buscando?
Para
ser feminista tem que seguir certos padrões de comportamento, certos discursos
prontos, e precisa ser aceita pelo grupo.
E
mais uma vez me pergunto. Cadê a liberdade? De pensar o que quero, de falar o
que quero, de fazer o que realmente quero, se o tempo todo nos sentimos
julgadas por estes grupos que levantam tantas bandeiras e que se perdem do que
realmente desejam?
Infelizmente
estamos vivendo em uma época em que modismos justificam comportamentos,
censuras, julgamentos.
Queria
que tudo fosse diferente, e que de fato pessoas lutassem por causas que fazem
sentido. Mas no fundo, isso é uma utopia. Porque o ser humano é falho, e salvo
raras exceções, sempre buscarão sua autopromoção diante da sociedade. Seja
através de uma causa, ou de uma bandeira, ou simplesmente uma opinião mais
polêmica para ganhar algum tipo de espaço, seja onde for.
Que triste.
Que triste.